Quando as ferramentas de design UX nos ajudam a criar uma oferta comercial

 

 
Para cada cargo, cada missão de UX designer… uma faceta do trabalho a ser explorada. Convidado a acompanhar a reflexão em torno de um redesenho da oferta comercial, pude considerar a concepção e facilitação de uma série de workshops para além da produção de interface digital.
O objetivo: revisar o nível de entrada da oferta do meu cliente e pensar de forma diferente sobre a distribuição entre o que é oferecido gratuitamente e o que é pago.
Dois desafios adicionais
> Não conhecer o assunto, nem os desafios e detalhes da oferta existente
> O clima! Apenas 2 semanas para projetar, liderar e entregar 4 workshops
Como? 
Acima de tudo, confie nos fundamentos da facilitação de workshops: eles são os especialistas, você está lá para ajudá-los, para facilitar a expressão de suas ideias, sua visão. 
E todas as cartas certas já estavam em minhas mãos: sou UX designer... então vou usar as ferramentas do meu ofício... e associá-las a um dos principais ativos do designer no profissional ambiente: PRAGMATISMO!
O contexto da missão não permitindo aplicar tal ou tal processo de design “à letra” (Lean UX, UCD, Design Thinking…), muitas vezes pareceu-me mais relevante criar workshops e um método quase à medida. Pode demorar um pouco mais do que pegar este ou aquele modelo de oficina, mas nesse contexto sempre funcionou bem.
Então peguei as ferramentas e técnicas disponíveis, personalizei, adaptei, inventei… e comecei!
Um pouco disso, um pouco daquilo... Testamos e adaptamos conforme a necessidade!
 

 

O diamante duplo


Melhor ferramenta no início do projeto, para tornar o método concreto e aprimorar uma abordagem centrada no usuário, pois torna óbvia a fase de teste (neste caso, o teste do cliente). É, portanto, uma ferramenta muito boa para a evangelização e comunicação.
Na visão macro, esse modelo facilita o ritmo e a estrutura do processo de trabalho do projeto, pois pode ser aplicado a diversos contextos.
Por fim, amplamente teorizado, o duplo diamante legitima e racionaliza a posição do designer, permitindo-lhe adotar uma imagem mais séria diante de um público menos acostumado a participar de oficinas de ideação.

Outro método para se comunicar no início do projeto 

O diagrama das 3 “vozes” facilita a materialização das 3 principais famílias que influenciam um projeto:
> O mercado e as tendências
> A profissão (as várias profissões que intervêm internamente no projeto
> Os usuários (ou clientes)… o mais importante 🙂!!!
Funciona muito bem para expressar facilmente questões de UX, envolver todos os stakeholders internos e, finalmente (e acima de tudo!) colocar o usuário pelo menos na mesma “importância” do mercado e/ou do negócio, algo nem sempre fácil em alguns contextos .

O aquecimento 

Mas antes de produzir ideias, já devemos concordar com as questões!
Primeiro workshop desta série de 4: o aquecimento – elemento fundamental de Lean-UX.
Melhor maneira de :
➜ Entender rapidamente os problemas e o ambiente do projeto
➜ Clarificar e alinhar visões
Dado o tempo reduzido e o número de pessoas presentes (1h30 para 10 participantes!!), o canvas básico foi modificado, ficando apenas com 4 temas para tratar: 
➜ Objetivos de negócios esperados 
➜ O cliente-alvo em questão por este nível de entrada
➜ Os freios a serem levantados
➜ Alavancas acionáveis ​​para atingir esses objetivos
No final das contas, a atenção estava principalmente voltada para os objetivos esperados e principalmente para o público-alvo, ou seja, nossas personas! 
Perfeito para dar o próximo passo… a fase de ideação e criatividade!

Pensar fora da caixa!

Mesma estrutura para as 2 oficinas seguintes: abrir o campo de possibilidades e estimular a criatividade.
Um briefing simples: inspirar-se em modelos de negócios deliberadamente diferentes do cliente, para poder gerar novas ideias, pensar em coisas que não teríamos pensado na fase clássica de brainstorming.
E aqui temos que fazer tudo: ferramentas de animação com as cores desses modelos, o logotipo do cliente tomado com o molho de tal ator... o apoio dos designers gráficos da equipe foi mais do que inestimável para poder embarcar os participantes em cada um dos universos da marca e, assim, fomentar a sua criatividade. 
A vantagem para facilitar esses workshops: classificação de cartões!
Boa maneira de fornecer material para manipular algo que é basicamente bastante abstrato (o que você coloca de graça, o que você coloca em pagamento)
Resultado: muita criatividade, ainda mais nos grupos que têm que se inspirar em um universo realmente oposto ao do meu cliente (aplicando o modelo de negócio de uma gigante dos videogames à oferta comercial de um jogador francês digital marketing para negócios locais… um ótimo exercício de criatividade!)

dotmocracia

Última oficina desta série: uma equipe menor de tomadores de decisão, a quem as ideias produzidas nas oficinas anteriores foram apresentadas para então arbitrar sobre a melhor oferta a ser adotada.
Porque depois de ter produzido todo esse material precioso, você tem que decidir... e voto
Armados com os seus autocolantes, os participantes votaram então no modelo que lhes pareceu mais relevante globalmente, escolhendo depois uma ou mais ideias dentro de um dos conceitos.
Essa combinação macro/micro permitiu traçar rapidamente os contornos e a promessa do “MVP” da oferta a ser testada com os clientes-alvo.
Porque neste projeto, tivemos a chance de ir até o final do Double Diamond, pois esse MVP foi então testado durante Focus Groups realizados com potenciais clientes da oferta.
E para finalizar, o que foi mais útil…

Flexibilidade e pragmatismo!!!

Se existe uma ferramenta valiosa em nossos negócios, são essas! 
Testamos coisas, recebemos feedback e nos adaptamos, mesmo no meio de um workshop de 3 horas. Às vezes é difícil encontrar o equilíbrio certo entre uma sessão bem ritmada e os participantes que têm tempo para discutir e produzir uma reflexão de qualidade.
Por serem os especialistas, tivemos que reservar um tempo para permitir que os participantes discutissem em profundidade, onde o papel do moderador é muitas vezes definir o ritmo, não permitir que debates muito longos comecem.
Em suma… adaptar-se à situação, às pessoas, ao contexto, ao momento… Sempre! 
Você disse flexível? 
 

 

Tirar :

QUEBRAR O GELO
Cuide de seus quebra-gelos! Quando todos os participantes não se conhecem e terão de colaborar, relaxe o ambiente com um quebra-gelo, idealmente adaptado ao tema do seu workshop. Num workshop de 3h, não hesite em dedicar pelo menos 30min a esta etapa.
RELATÓRIO
Se acontecer de você liderar duas sessões do mesmo workshop com dois grupos diferentes, sempre planeje tempo para discutir o primeiro workshop, que sempre leva um pouco de tempo, especialmente se você criou um workshop do zero para o seu assunto. . Seja iterativo! E ajuste para sua segunda sessão de workshop se tiver tempo, você estará mais seguro de si mesmo, e a próxima sessão será ainda mais relevante!
Caso contrário, não se esqueça de anotar seu feedback “quente” para manter sua experiência em mente e aplicá-la em outro workshop, se surgir a oportunidade.
EVANGELIZAR 
Um workshop de sucesso é uma oportunidade de provar aos céticos que dedicar tempo e energia a workshops de cocriação compensa! Para isso, cuide de suas restituições e reserve tempo se o contexto permitir apresentar ao maior público possível o resultado do que foi produzido na oficina!
 
 
Elise CARENAU UX Designer @UX-Republic