[Calendário UX] Indexação que prioriza dispositivos móveis: a experiência do usuário no centro do mecanismo de pesquisa

O mundo digital está a evoluir a uma velocidade relâmpago, transformando as nossas interações online e a forma como acedemos à informação. Um dos principais eixos desta evolução é a mudança para a “Indexação Mobile-First”, uma estratégia adotada pelos motores de busca para favorecer as versões móveis dos websites.

O que é um índice de mecanismo de pesquisa?

O índice de um motor de busca representa a base que agrupa as páginas ou sites referenciados por este motor de onde selecciona o conteúdo mais relevante para uma determinada consulta. .

Ser incluído no índice de um mecanismo é o primeiro passo para aparecer nos resultados de pesquisa. No entanto, isso não garante visibilidade, principalmente se a página estiver muito abaixo das páginas de resultados.

Para que uma página seja indexada, ela deve primeiro estar acessível ao rastreador do mecanismo de busca.

O gigante dos mecanismos de busca, Google, tem mais de 130 trilhões de páginas indexadas.

Google, grande ator de mudança

Antes do advento do conceito Mobile-First, o famoso mecanismo de busca já havia informado que o grande maioria das pesquisas foram realizadas através de dispositivos móveis. Ele também especificou que seu índice se concentraria em conteúdo compatível com dispositivos móveis.

A inovadora iniciativa Mobile-First Indexing (MFI), lançada pelo Google em 2019, representa uma grande mudança na forma como os sites são indexados e classificados nos resultados de pesquisa. Mas, para além do seu impacto técnico, esta abordagem destaca a experiência do utilizador como uma prioridade central para os motores de busca.

A transição do formato AMP

Outro grande desenvolvimento no cenário de indexação móvel diz respeito ao formato AMP (Accelerated Mobile Pages). Originalmente introduzido como uma forma de fornecer páginas da web extremamente rápidas e otimizadas para dispositivos móveis, o AMP passou por uma mudança significativa. O Google anunciou que AMP não será mais um critério de classificação para resultados de pesquisa, marcando uma mudança notável na forma como as páginas para celular são avaliadas para classificação. A mudança incentiva os desenvolvedores e editores a explorar outras maneiras de otimizar seus sites para dispositivos móveis, promovendo uma abordagem mais holística à experiência do usuário móvel.

A essência da indexação que prioriza dispositivos móveis

A indexação Mobile-First é baseada em um princípio simples, mas crucial: priorizar a experiência dos usuários móveis. Agora, o Google e outros mecanismos de busca analisam primeiro a versão mobile de um site para avaliar sua relevância e qualidade. Esta transição estratégica decorre da mudança de comportamentos online: uma esmagadora maioria dos utilizadores da Internet acede a sites através de dispositivos móveis. Assim, para garantir resultados de pesquisa relevantes e adaptados a esta realidade, a aposta nas versões mobile tornou-se imperativa.

A evolução dos padrões de web design

A indexação Mobile-First trouxe uma transformação significativa nos padrões de web design. Agora, os desenvolvedores e designers estão se esforçando para criar sites “otimizados para dispositivos móveis” desde a fase de design, enfatizando a facilidade de uso e a acessibilidade em dispositivos móveis. Essa abordagem revoluciona fundamentalmente a forma como os sites são projetados, colocando o desempenho e a compatibilidade com dispositivos móveis no centro do processo inicial de desenvolvimento.

O impacto na experiência do usuário

Esta evolução em direção à indexação Mobile-First coloca a experiência do usuário no centro das preocupações dos designers de sites. A otimização para dispositivos móveis não se limita mais a uma simples consideração técnica, mas torna-se um elemento essencial na manutenção e melhoria das classificações nos resultados de pesquisa. Os sites agora devem oferecer navegação suave, tempos de carregamento rápidos e uma apresentação adaptável para atender às expectativas dos usuários móveis.

A importância da adaptação e da inovação

Neste ambiente digital em constante evolução, a adaptabilidade e a inovação tornam-se qualidades essenciais. As empresas devem se adaptar rapidamente às demandas da indexação Mobile-First para permanecerem competitivas no cenário online. A inovação contínua em web design e experiência do usuário torna-se imperativa para manter a visibilidade ideal nos resultados de pesquisa.

Desafios e oportunidades para criadores de conteúdo

Esta transição para a indexação mobile-first apresenta desafios e oportunidades para criadores e desenvolvedores de conteúdo. As práticas de SEO devem ser redesenhadas para se alinharem a esta estratégia, incluindo a otimização de conteúdo para dispositivos móveis. No entanto, também abre novas oportunidades para proporcionar experiências mais ricas e envolventes aos utilizadores, consolidando assim a sua presença online.

Mobile-First em 2023

Em 2023 é oficial: oindexação orientada para dispositivos móveis está totalmente operacional. Este progresso continua com mudanças no Google Search Console, onde os dados de rastreamento por robôs “computadores” serão removidos, sendo estes últimos totalmente substituídos por robôs “móveis”.

Conclusão: a centralização no utilizador no centro da revolução digital

Concluindo, a indexação Mobile-First representa muito mais do que apenas uma mudança técnica nos algoritmos de busca. É uma revolução centrada no usuário, inspirando criadores e desenvolvedores de conteúdo a colocar a experiência do usuário em primeiro lugar em suas mentes. Esta evolução está a impulsionar um repensar das estratégias de web design, impulsionando a inovação e a adaptabilidade para proporcionar experiências online ideais tanto para os utilizadores como para os motores de busca. Assim, a era do índice Mobile-First consolida a importância da experiência do utilizador como elemento central do panorama digital contemporâneo.

 

 

Esteban Irschfeld, consultor de SEO da UX-Republic