Designer de produto como a Pixar conta suas histórias [Parte 1]

No mundo do cinema de animação, a Pixar se consolidou como um mestre indiscutível da narrativa. Através de filmes cativantes e comoventes, o estúdio utiliza estruturas narrativas bem definidas, personagens profundos e temas universais para atrair públicos de todas as idades. Esse know-how não se limita à tela grande: os princípios que tornam os filmes da Pixar tão memoráveis ​​também podem ser aplicados ao domínio do design e da experiência do usuário (UX).

Este artigo explora os paralelos entre as regras narrativas da Pixar e os princípios fundamentais do design de produto/UX. Ao examinar essas regras, descobrimos como a estrutura clara, os personagens bem desenvolvidos, as histórias universais e a emoção podem transformar não apenas filmes, mas também produtos digitais em experiências inesquecíveis.

Regra nº 1: Adote uma estrutura clara

A Pixar utiliza uma estrutura narrativa bem definida que guia a história do início ao fim. Você acompanha as aventuras e aventuras do herói sem fazer muitas perguntas, o que torna a história acessível a todos, jovens e velhos. Por fim, você assiste aos filmes da Pixar em família, onde todos têm algo para se divertir com piadas adultas aninhadas em animações infantis. Não é uma coincidência… 

Da mesma forma, no design de UX/Produto, uma estrutura clara é essencial e orienta as escolhas do usuário. 

Os usuários devem compreender instintivamente como navegar e interagir com o produto. Uma boa estrutura ajuda a criar uma jornada tranquila para o usuário, onde cada interação faz sentido e leva à próxima de maneira lógica. Se você quiser ir mais longe, é ainda mais interessante contar com o storytelling do Marketing no fluxo do seu produto, para que a marca seja reforçada na psique do usuário à medida que avança na medição do uso do seu produto. 

Aplicação: dpeça aos seus usuários que falem sobre o seu produto de maneira fluente: eles devem ser capazes de falar sobre ele sem muitos problemas, porqueComo disse Albert Einstein: “Se você não consegue explicar algo para uma criança de 6 anos, é porque você não sabe o suficiente sobre o assunto”.

Em outras palavras, certifique-se de que seu produto seja simples e bem projetado, para que seus usuários possam falar sobre ele com facilidade. Para ajudá-lo, éconsidere que eles têm 6 anos (mas não muito… 😉 

Um produto bem feito é aquele que você não precisa vender e que pode ser recomendado por alguém próximo. 

 

Regra nº 2: Os personagens no centro da história

Na Pixar, os personagens são desenvolvidos de tal forma que o público fica profundamente ligado a eles. Eles nos tocam evocando emoções que sentimos, mas que não necessariamente expressamos. Eles são autênticos de uma forma que podemos nos identificar com eles e com suas aventuras; É isso que nos faz fantasiar de personagens de TV. Quer seja uma Pixar ou qualquer outra coisa, queremos que estes façam parte da nossa identidade e nos lembrem do que queremos ser ou tornar-nos. 

Em Product/UX Design, nossos “personagens” são nossos usuários. É crucial compreender plenamente suas necessidades, motivações e dores. Ao usar personas e histórias de usuários, podemos criar experiências que repercutam nos usuários de uma forma pessoal e significativa. 

Um aplicativo é uma extensão que você toca com a ponta do dedo no seu telefone ou iPad mini (uma homenagem aos Apple Fanboys)!

Você deve, portanto, ser capaz de se identificar com os produtos que usa para ser fiel a eles. São os pequenos detalhes, os pequenos detalhes do produto que fazem o usuário dizer “Ótimo, eles MESMO pensaram nisso!” ". Emocionalmente, isso se traduz em “ELES REALMENTE ME CONHECEM!” » o que leva à vontade de permanecermos fiéis a este produto que realmente nos conhece e que nos serve mesmo nos cenários mais improváveis. 

Um produto não é apenas um conjunto de interfaces no ethos de uma app store, é uma oportunidade de facilitar a vida de alguém e despertar emoção por alguns segundos durante uma interação. 

 

Regra nº 3: conte uma história universal

As histórias da Pixar alcançam públicos globais explorando temas universais como amor, perda e crescimento pessoal.

Devemos também ter como objetivo criar experiências universais. Isto significa projetar tendo em conta a acessibilidade, tendo em conta diversas capacidades e contextos de utilização, para que os nossos produtos sejam inclusivos e utilizáveis ​​pelo maior número de pessoas possível.

 

Regra nº 4: A importância da emoção

A Pixar sabe brincar com as emoções para criar uma conexão profunda com o público. Esta capacidade de brincar com as emoções é um dos segredos do seu sucesso global. Como dito anteriormente, a Pixar aborda temas universais e isso permite atingir um público amplo. Por exemplo em O mundo de Nemo, a busca de Marlin para encontrar seu filho comove os espectadores ao falar sobre o amor dos pais e os desafios da separação.

Da mesma forma, o Product/UX Design deve despertar emoções no usuário com cores bem pensadas, tipografias divisórias e microinterações que despertem o que chamamos no marketing de experiência “o palco do fascínio”. 

Identificamos as emoções de nossos usuários por meio de sombras e pesquisas com usuários, identificando pontos de frustração, prazer e entusiasmo e, em seguida, posicionando-os estrategicamente. Uma miniinteração funciona como uma minijornada na interação do usuário com o produto, tirando-o de sua rolagem infinita para vivenciar uma surpresa. Também encontramos esse mecanismo de autoinvestimento para recompensa emocional no livro Adunco por Nir Eyal que diz isso “a mente toma atalhos influenciados pelo nosso ambiente para fazer julgamentos rápidos e às vezes errôneos.”

Aplicação: microinterações, cores, tipografia compõem o ambiente do seu produto. Domine as emoções que giram em torno dele e você proporcionará uma experiência memorável aos seus usuários 😉

 

Conclusão

A adoção das regras de narrativa da Pixar no design de UX/produto permite criar experiências de usuário que não são apenas funcionais. Uma estrutura clara facilita a navegação e a interação, enquanto o profundo conhecimento dos usuários, por meio de personas bem definidas, permite desenhar produtos que atendam às suas necessidades e aspirações. Ao colocar os personagens no centro da história e despertar emoções, os designers podem criar produtos universais e memoráveis.

Encontre a parte 2 clicando aqui 😉

 

 

Osama Berrahal, Designer de produto/UX na UX-Republic